NOTÍCIA - VIDEOAUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO JÁ É REALIDADE.(CLIQUE AQUI)
DEPARTAMENTO JURÍDICO
|
NOTICIA
|
Videoaudiências de instrução: desafio que
pode ser superado na Justiça do Trabalho de São Paulo
Diante
da insegurança que vivemos atualmente por conta da pandemia do novo
coronavírus, outras áreas da nossa vida – pessoal e profissional – também foram
afetadas. Para magistrados, advogados e partes, a transferência das audiências
presenciais exclusivamente para o meio virtual permitiu à Justiça do Trabalho
de São Paulo continuar funcionando, porém trouxe certas dificuldades para os
envolvidos, especialmente nas videoaudiências de instrução, em que normalmente
há depoimentos de testemunhas e apresentação de provas.
Falta
de equipamento necessário pelas partes, problemas com a conexão de internet,
desconhecimento sobre o uso da ferramenta, preocupação com o distanciamento do
meio digital e com possíveis prejuízos no julgamento são algumas das questões
colocadas por advogados trabalhistas. São desafios reais encontrados no dia a
dia, porém que em vários casos conseguem ser superados.
Experiência de advogados
O
advogado Leonardo Sica, ex-presidente da AASP (Associação dos Advogados de São
Paulo), destaca que a Justiça do Trabalho funciona muito bem em ambiente
virtual, mas pondera que a audiência de instrução é realmente a mais difícil de
se fazer à distância.
O
advogado trabalhista Gustavo Rodrigues Leite conta que tentou participar de
duas videoaudiências de instrução no TRT da 2ª Região, mas não conseguiu
finalizá-las. Em uma delas faltou energia na casa da advogada do reclamante, e
na outra o reclamante não conseguiu acessar a plataforma. Segundo ele, o método
das videoaudiências é promissor, mas ainda vê as vantagens do modelo presencial
em muitos casos.
Já a
advogada trabalhista Maira Valente Silveira Leite afirma que não teve
dificuldades para participar de videoaudiências de instrução no TRT-2. Segundo
ela, o que a deixou segura foi a explicação do passo a passo pelos juízes e a
condução da sessão com paciência, além da informação de que a parte contrária e
a testemunha não têm acesso aos depoimentos tomados antes delas. De acordo com
sua experiência, é possível fazer esse tipo de audiência, levando-se em conta,
principalmente, a situação atípica que estamos vivendo atualmente.
Condução do magistrado
A
juíza do trabalho Carla Malimpenso de Oliveira El Kutby, da 33ª Vara do
Trabalho de São Paulo, diz que vem realizando videoaudiências de instrução sem
grandes problemas. Segundo ela, a análise sobre a possibilidade e a viabilidade
desse modelo de audiência é feita na hora, com as partes, as testemunhas e os
advogados conectados. “Caso haja dificuldade técnica das partes ou testemunhas,
ou se partes e advogados não souberem utilizar o sistema, costumo redesignar as
audiências e explico a todos sobre o uso da ferramenta”, afirma.
“Sempre
tomo a precaução de verificar se partes e testemunhas estão em ambientes
diferentes e isoladas. Explico todo o procedimento antes de dar início à
instrução e informo que a audiência não poderá prosseguir caso tenham dúvida.
Também procuro demonstrar a segurança da prova aos advogados, que
rotineiramente concordam com sua realização. Quando partes e advogados
conseguem boa conexão e dominam o uso do sistema, a audiência transcorre
normalmente, sem problema”, diz.
Capacitação no sistema
Com o
objetivo de auxiliar todos os envolvidos nas videoaudiências neste momento
particular que vivemos, o Tribunal divulgou recentemente vários materiais
informativos sobre o assunto em seus canais.
Fonte:- Tribunal Regional do
Trabalho 2ª Região – SP; clipping eletrônico AASP 20/07/2020