PEJOTIZAÇÃO – STF VALIDA CONTRATAÇÃO DE PJ
RECLAMAÇÃO 68.065 PERNAMBUCO RELATOR : MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S) ----
ADV.(A/S) : THIAGO BARBOSA DE OLIVEIRA
ADV.(A/S) : CRISTIANO DE LIMA BARRETO DIAS
RECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA 6ª REGIÃO
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
BENEF.(A/S) : ----
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
RECLAMAÇÃO. DIREITO DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO DE
SERVIÇOS PARA CONSECUÇÃO DE ATIVIDADE-FIM. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À AUTORIDADE DA DECISÃO PROFERIDA POR ESTA SUPREMA CORTE NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 324. OCORRÊNCIA. PRECEDENTES. RECLAMAÇÃO QUE SE JULGA PROCEDENTE.
DECISÃO:
Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, ajuizada por ---- contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, nos autos da Reclamação Trabalhista nº 0000014-33.2019.5.06.0193, sob a alegação de afronta à autoridade
das decisões proferidas por esta Suprema Corte na ADC 66 e ADPF 324, bem como de descumprimento da tese fixada no Tema 725 da sistemática de repercussão geral.
Narra a parte reclamante que no âmbito
do processo originário foi reconhecido o vínculo de emprego do ora beneficiário direto com a empresa reclamante. Sustenta que, no período de 13/03/2013 a 29/05/2015,
a relação entre as partes se deu através de empresa de titularidade do autor da reclamação trabalhista, através da
qual foram prestados serviços de assessoria técnica (projetista).
Argumenta, em síntese, que a decisão reclamada viola o que decidido na ADPF 324 e no RE 958.252, tema 725
da repercussão geral, no sentido de que toda terceirização é lícita, não havendo que se falar em reconhecimento de vínculo direto por ilicitude da terceirização através da “pejotização”.
Requer, liminarmente, a suspensão do Processo nº 000001433.2019.5.06.0193. No mérito, pugna pela procedência da reclamação, a fim
de que seja cassada reclamada, determinando-se o seu julgamento em conformidade aos precedentes vinculantes desta
Suprema Corte.
Devidamente citada, a parte beneficiária da decisão reclamada deixou de apresentar contestação (doc. 53).
Dispensa-se, no caso concreto, a
manifestação da Procuradoria-Geral da República, em homenagem ao princípio da celeridade processual e com esteio no art. 52, parágrafo único, do RISTF.
É o relatório. DECIDO.
Ab initio, pontuo que a reclamação, por expressa determinação constitucional, destina-se a preservar a competência desta
Suprema Corte e a garantir a autoridade de suas decisões, ex vi do artigo 102, inciso I, alínea l,
além de salvaguardar a estrita observância de preceito constante em enunciado de Súmula Vinculante, nos termos
do artigo 103-A, § 3º, ambos da Constituição Federal.
Nada obstante já encontrasse previsão na legislação anterior, a reclamação adquiriu especial
relevo no atual Código de Processo Civil, enquanto
meio assecuratório da observância da jurisprudência vinculante dos Tribunais Superiores e no afã da criação de um sistema de precedentes no processo civil brasileiro. Nesse sentido, o Código passou a prever, além das hipóteses diretamente depreendidas do texto constitucional (art. 988, I, II e III), o cabimento da reclamação para a garantia da “observância de
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acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência” (artigo 988, IV).
Embora tenha sistematizado a disciplina
jurídica da reclamação e ampliado em
alguma medida seu âmbito de aplicação, o novo diploma processual não alterou a natureza eminentemente excepcional do instituto. Deveras, a excepcionalidade no manejo da reclamação é
depreendida a todo tempo da redação
do novo CPC, seja pela vedação de sua utilização como sucedâneo de ação rescisória (art. 988, §5º, I), seja pela
exigência de prévio esgotamento das instâncias ordinárias, no caso de reclamação fundada na inobservância de tese fixada em
recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida (art. 988, §5º, II).
A propósito, a jurisprudência desta
Suprema Corte fixou diversas condições para a utilização da via reclamatória, de sorte a manter a logicidade
do sistema recursal previsto no CPC e evitar o desvirtuamento do objetivo precípuo do Código, de racionalização e diminuição da litigiosidade
em massa pela criação do microssistema de julgamento de casos repetitivos. Afirma-se, destarte, por exemplo, (i) a
inviabilidade da reclamação para o revolvimento de fatos e provas adjacentes aos processos de origem, (ii) a necessidade de
existência de estrita aderência entre a decisão reclamada e o conteúdo do paradigma invocado e (iii) a necessidade de demonstração de teratologia
na aplicação de tese firmada sob a sistemática da repercussão geral. Neste sentido, os seguintes precedentes da Primeira Turma da Corte:
“Agravo
regimental em reclamação. Alegação de violação do entendimento firmado na ADPF nº 828/DF-MC. Reclamação que objetiva o reexame de decisão fundamentada no conjunto
fático-probatório dos autos. Sucedâneo recursal. Impossibilidade. Agravo regimental não provido. 1. Por atribuição constitucional, presta-se a
reclamação para preservar a competência
do STF e garantir a autoridade de suas decisões (art. 102, inciso I, alínea l, da CF/88), bem como para resguardar a correta aplicação das súmulas vinculantes
(art. 103-A, § 3º, da CF/88). 2. A reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso ou de ações judiciais em geral,
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tampouco para reanálise de fatos e provas. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido”. (Rcl
50.238-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 24/5/2022, grifei).
“DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO TRABALHISTA. AGRAVO INTERNO EM
RECLAMAÇÃO. COMPETÊNCIA. CAUSA
INSTAURADA ENTRE O PODER PÚBLICO E SERVIDOR. VÍNCULO CELETISTA. LEI FEDERAL Nº 11.350/2006. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS. ALEGADA AFRONTA À ADI 3.395.
AUSÊNCIA
DE ESTRITA ADERÊNCIA. 1. Agravo interno em reclamação ajuizado em face de decisão que afirmou a competência da Justiça do Trabalho, sob o fundamento de inexistir
lei local inserindo os agentes
comunitários de saúde no regime estatutário, na forma do art. 8º da Lei nº 11.350/2006. Alegação de violação à ADI 3.395. 2. A decisão da ADI 3.395 refere-se a
causas envolvendo o Poder Público e seus servidores públicos, vinculados por relação estatutária ou de caráter
jurídico-administrativo. Desse modo, não há relação de estrita aderência entre o ato reclamado e o paradigma invocado, requisito
indispensável à propositura da reclamação. 3. Agravo interno a que se nega provimento”. (Rcl 54.159-AgR,
Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 15/9/2022, grifei).
“CONSTITUCIONAL, TRABALHISTA E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO.
SUPOSTA AFRONTA AO TEMA 932 DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA.
UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO
SUBSTITUTIVO DE RECURSOS DE NATUREZA ORDINÁRIA OU EXTRAORDINÁRIA. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal
reclamado decidiu em consonância com as diretrizes fixadas pelo Tema 932, pois assentou que em se tratando de embarcações que
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operam em alto mar, não pode
ser considerada como imprevisível, dado
o fato de que faz parte, da prática da navegação, a rotina de manter contato com a Capitania dos Portos,
que desempenha a função de manter as embarcações avisadas a respeito dos fenômenos climáticos em curso. Nesse sentido, se a embarcação estava realmente equipada com instrumentos de salvamento, estes deveriam
ter sido acionados, não havendo prova nos autos nesse sentido. Logo, caracterizado o risco da atividade a ensejar a responsabilização
objetiva da reclamada, a esta incumbe responder pela reparação dos danos havidos. 2. Desse modo, cotejando a decisão reclamada com o paradigma de confronto apontado, e
respeitado o âmbito cognitivo deste instrumental, não se constata teratologia no ato judicial que se alega afrontar o precedente deste TRIBUNAL. 3. Dessa
forma, a postulação não passa de
simples pedido de revisão do entendimento aplicado na origem, o que confirma a inviabilidade desta ação. Esta CORTE já teve a oportunidade de afirmar que a reclamação tem escopo bastante específico, não se prestando ao papel de simples substituto de recursos de natureza ordinária ou extraordinária (Rcl 6.880- AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Plenário, DJe de 22/2/2013).
4. Recurso de agravo a que se nega provimento”. (Rcl 54.142-AgR, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, Primeira
Turma, DJe de 23/8/2022, grifei).
Fixadas as premissas, verifico que a
presente reclamação tem como fundamento
principal a alegação de má-aplicação das teses vinculantes firmadas nos julgamentos do RE 958.252 - Tema-RG 725 e da ADPF 324.
Trata-se de precedentes nos quais esta Corte declarou a constitucionalidade
da terceirização pelas empresas privadas, tanto de atividades-meio quanto de atividades-fim, e, portanto, a não configuração de relação de emprego entre a contratante e o empregado da
contratada, ressalvando-se a existência de responsabilidade subsidiária da empresa
tomadora. Eis a ementa do acórdão da ADPF:
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“Direito do Trabalho. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Terceirização de atividade-fim e de atividade-meio. Constitucionalidade.
1. A
Constituição não impõe a adoção de um modelo deprodução específico, não impede o desenvolvimento de estratégias empresariais flexíveis, tampouco veda a
terceirização. Todavia, a jurisprudência
trabalhista sobre o tema tem sido oscilante e não estabelece critérios e condições claras e objetivas, que permitam sua adoção
com segurança. O direito do trabalho e o sistema sindical precisam se adequar às transformações no mercado de trabalho e na sociedade.
2. A terceirização das atividades-meio ou das atividades-fimde uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de formular estratégias negociais indutoras de maior
eficiência econômica e competitividade.
3. A
terceirização não enseja, por si só, precarização dotrabalho, violação da dignidade do trabalhador ou desrespeito
a direitos previdenciários. É o
exercício abusivo da sua contratação que pode produzir tais violações.
4. Para evitar tal exercício abusivo, os princípios queamparam a constitucionalidade da terceirização devem ser compatibilizados com as normas constitucionais de tutela do trabalhador,
cabendo à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas,
bem
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como
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por
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obrigações previdenciárias
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(art.
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31
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da
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Lei
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8.212/1993).
5. A responsabilização subsidiária da tomadora dos serviçospressupõe a sua
participação no processo judicial, bem como a sua inclusão no título
executivo judicial.
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6. Mesmo com a superveniência da Lei 13.467/2017,persiste o objeto da ação, entre outras razões porque, a despeito dela, não foi revogada ou
alterada a Súmula 331 do TST, que consolidava o conjunto de decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, a indicar que o tema continua a demandar a manifestação do Supremo Tribunal Federal a respeito dos aspectos constitucionais da terceirização. Além
disso, a aprovação da lei ocorreu
após o pedido de inclusão do feito em pauta.
7. Firmo
a seguinte tese: ‘1. É lícita a terceirização de toda equalquer atividade, meio ou fim, não se configurando
relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i)
verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias,
na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993’.
8. ADPF
julgada procedente para assentar a licitude daterceirização
de atividade-fim ou meio. Restou explicitado pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas
em julgado”. (ADPF 324, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, julgada em 30/08/2018).
Com efeito, no referido julgamento fixou-se a tese de
que “é lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada”.
Na mesma ocasião, o Plenário da Corte fixou a seguinte tese vinculante
no julgamento do RE 958.252:
Tema-RG 725: “É
lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante”.
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Nesse contexto, notam-se, a partir da
leitura dos autos, irresignações da
reclamante relativas à decisão que reconheceu o vínculo empregatício com a empresa reclamante, por entender
ilícita a prestação de serviços do autor
através de empresa terceirizada, conforme se observa da ementa do acórdão regional (doc. 44, p. 3):
“RECURSO ORDINÁRIO. CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR MEDIANTE PESSOA JURÍDICA. DESVIRTUAMENTO. VÍNCULO DE EMPREGO
RECONHECIDO. I -
Ainda que as partes não pactuem um contrato
de emprego, os detalhes da relação jurídica devem ser investigados, a fim de verificar os reais contornos, pois o Direito do Trabalho é regido pelo
princípio da primazia da realidade. II A constituição de pessoa jurídica dentro de parâmetros de regularidade formal possibilita a contratação de serviços de natureza cível. No entanto, tal situação resta desvirtuada quando a pessoa
jurídica é utilizada para dissimular o contrato de emprego, o que ocorreu na hipótese, sendo imperioso
o reconhecimento do vínculo. Recurso Ordinário provido, no
aspecto.”
Nesse cenário, o cotejo analítico entre a decisão reclamada e o paradigma
invocado revela ter havido a inobservância da autoridade da decisão deste Supremo Tribunal Federal,
uma vez que o juízo reclamado declarou
a existência de vínculo empregatício entre a empresa reclamante e ora beneficiário, desconsiderando
entendimento fixado pela Corte que contempla, a partir dos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, a constitucionalidade de diversos modelos
de prestação de serviço no mercado de trabalho.
Com efeito, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal já decidiu em inúmeros
precedentes o reconhecimento de modalidades de relação de trabalho
diversas das relações de emprego dispostas na CLT. Neste sentido, por exemplo, se deu o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade 48, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 19/05/2020. Na
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ocasião, o Plenário desta Corte, ao julgar procedente o
pedido formulado na ação, reconheceu a constitucionalidade da Lei nº 11.442/2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário autônomo de cargas, assentando ser legítima a terceirização desse tipo de atividade pelas empresas transportadoras, não se configurando vínculo de emprego entre as partes nessa hipótese.
Destarte, entendo que, ao afastar a
terceirização de atividade-fim por “pejotização”, reconhecendo o vínculo empregatício com a empresa reclamante, no caso sub examine, o acórdão reclamado violou a autoridade da decisão proferida por esta Corte na
ADPF 324. Em caso análogo ao dos autos, cito o seguinte precedente da Primeira Turma desta Corte:
“CONSTITUCIONAL, TRABALHISTA E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
INTERNO NA RECLAMAÇÃO. OFENSA AO QUE DECIDIDO POR ESTE TRIBUNAL NO JULGAMENTO DA ADPF 324 E DO TEMA 725 DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO PROVIDO.
1. A controvérsia, nestes autos, é comum tanto ao decididono julgamento da ADPF 324 (Rel. Min. ROBERTO BARROSO), quanto ao objeto de análise do Tema 725 (RE 958.252, Rel. Min. LUIZ FUX), em que esta CORTE fixou tese no sentido de que: ‘É lícita a terceirização ou qualquer outra
forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’.
2. A Primeira Turma já decidiu, em caso análogo, ser lícita a terceirização por ‘pejotização’, não havendo falar em irregularidade na contratação
de pessoa jurídica formada por profissionais liberais para prestar serviços terceirizados na atividade-fim da contratante (Rcl 39.351 AgR; Rel. Min. ROSA WEBER, Red. p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 11/5/2020).
3. Recurso
de Agravo ao qual se dá provimento.” (Rcl 47.843-AgR, Redator para o acórdão Rel.
Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe de 7/4/2022 - grifei).
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Ex
positis, JULGO
PROCEDENTE a presente reclamação, para cassar o acórdão exarado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª
Região, nos autos do Processo nº 0000014-33.2019.5.06.0193, e determinar que outro seja proferido, observando-se a jurisprudência vinculante deste Supremo Tribunal Federal sobre o tema.
Comunique-se o teor desta decisão à autoridade reclamada. Publique-se.
Brasília, 21 de agosto de 2024
Ministro LUIZ FUX
Relator
Documento assinado digitalmente
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